Meu nome é Heitor, sou brasileiro (carioca), estou com 52 anos. Sou Biólogo (formado em Ecologia), trabalho em consultoria ambiental. Adoro música, caminhadas ao ar livre, fotografia de Natureza, bons livros e conversas entre amigo(a)s.
Eu já curtia pilotar automodelos radiocontrolados (escala 1:10), movidos a metanol. De repente, passei a admirar miniaturas de automóveis e, ao invés de vê-las apenas de modo fugaz em algumas lojas ou tabacarias, aprendi o gostinho de ficar um tempão “babando” cada detalhe, descobrindo novos fascínios, a cada dia que passa... e em casa!
Meu primeiro modelo foi o Subaru Impreza WRC 2006 plain body (Aa 1:18), que adquiri do Luciano Werner (LUW, aqui do MM) através do Mercado Livre.
3- Após o tempo de coleção, como você se enxerga hoje? Colecionador ou acumulador?
Citação:
Atualmente, já me considero um colecionador, com foco e os devidos cuidados nos rumos e na organização de minha coleção.
4- Como você define sua coleção? Temática? Por escala? Conte um pouco dela para nós.
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Minha coleção é temática: automóveis de rally. Ela é feita principalmente na escala 1:43, mas também tenho algumas miniaturas em 1:18, nas quais acabo contemplando mais riqueza de detalhes. Minha primeira miniatura 1:43 adquiri do João Bosco (BOSCO, aqui do MM), um Subaru Impreza (com assinatura do Peter Solberg no blister de acrílico), edição limitada e comemorativa da vitória no Rally da Suécia, em 2005.
Minha paixão por rally começou em 2001, nos trabalhos de campo (análise ambiental e documentação fotográfica) em que percorríamos com tempo de certa forma contado, de jeep ou caminhonete 4x4, pontos notáveis de empreendimentos lineares, passando por verdadeiros “perrengues” off-road, principalmente pelo interior do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Nos revezávamos: um dia no volante, outro navegando, com mapas e GPS, sempre de olho no velocímetro, no odômetro ou no relógio, para otimizarmos a chegada a cada destino a ser registrado.
Numa vez, entre Campinas e Atibaia, nos encontramos com organizadores e competidores da Mitsubishi Cup e nos divertimos ao perceber que fazíamos coisas bem parecidas. A partir daí, passei a acompanhar provas de rally... escolher, recentemente, o tema de minha coleção, não foi difícil, lógico!
Uma das coisas que mais gosto de fazer é preparar minhas miniaturas de rally para fotos mais “radicais”, quando as submeto às intempéries e aos terrenos mais “difíceis” de transpor (rsrsrs). Outra atividade a que estou me dedicando, aos poucos, é estudar, planejar, preparar e montar dioramas. É o que eu chamo de “um hobby dentro de outro” (rsrsrs).
5- Como armazena e expõe sua coleção?
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Encomendei algumas estantes de parede, em que exponho e fico “babando” as miniaturas 1:43.
À medida que a coleção vai aumentando, vou fazendo um rodízio das miniaturas expostas. Já as maiores ficam devidamente protegidas nas embalagens originais.
De vez em quando, uma miniatura ou outra passa a fazer parte de algum display que deixo na sala, ou na mesa do escritório, ou então fica num diorama. Meus dioramas são guardados em maletas de tamanho adequado, que procuro customizar, sempre que possível. Para exposições itinerantes, tenho algumas vitrines desmontáveis, de vidro temperado e cantoneiras.
6- Possui cuidados especiais? Técnicas de conservação?
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Se não puder deixar as rodas livres (o uso de espaçadores também é interessante para simular os famosos saltos dos carros de rally), fico atento em girá-las de vez em quando, para evitar que grudem na base, quando estão na embalagem, ou em qualquer superfície de apoio.
Depois das sessões de fotos “radicais”, retiro a poeira/lama ou a “maquiagem”, com pincel assoprador (desses de fotografia) e passo um removedor neutro (gosto muito do da marca Vimak, que não deixa brilho excessivo). Quando adquiro miniaturas de segunda mão, se necessário passo uma cera polidora automotiva, para reanimá-la.
7- Quais quesitos leva em consideração para a aquisição de modelos? Lista, gosto, segue um padrão?
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Preparo uma wishlist e procuro variar entre miniaturas de carros de campeonatos atuais de rally e as de edições antigas, que têm um charme especial.
Prefiro as do WRC (campeonato mundial de rally de velocidade), mas não fica muito atrás o gosto que também tenho pelas do Dakar. Na verdade, não sigo um padrão e pesquiso na internet, além de trocar idéias sobre os principais lançamentos, com companheiros de hobby.
8- Como costuma adquirir suas minis?
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Já comprei no ML, em algumas (poucas) lojas ou tabacarias aqui do Rio, mas também (e principalmente) por encomendas, de amigos de fora e daqui do MM. O gostoso da minha coleção também é lembrar de cada companheiro(a) de hobby com quem já conversei e mantive entendimentos sobre determinado modelo. Muitos de vocês sabem disso!
9- Você gosta de estudar a história real das suas miniaturas em relação ao modelo em escala 1:1?
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Sem dúvida! Isto é importante para a coleção, pois agrega valor às miniaturas. Pesquisar e conhecer um pouco da história de cada piloto, da carreira da dupla (piloto e co-piloto / navegador) e mesmo da edição (determinada prova) de rally realizada é fundamental. E divertido também!
10- Qual o carro de seus sonhos? Ele já existe em die-cast? Você tem?
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É o Subaru Impreza do WRC. Sim, já tenho esta(s) miniatura(s). Montei até mesmo um Standiorama com a do carro # 7 em que Peter Solberg e Philip Mills competiram no Rally da Suécia, em 2007.
Como ultimamente venho curtindo bastante o trabalho da Citroën Total WRT, agora pretendo montar um “display dos sonhos”, comemorativo do pentacampeonato no WRC, conquistado em 2008, pela dupla Sébastian Loeb e Daniel Elena.
11- O que gostaria que mudasse nos atuais die-cast?
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Que fizessem mais miniaturas sem serem seladas, na escala 1:43 e que houvesse mais modelos de carros brasileiros. Em se tratando de rally, já pensou que legal se fizessem miniaturas dos carros, caminhões e das motos que já participaram e/ou que ainda competem no Rally dos Sertões?
12- Já fez alguma loucura para comprar uma mini?
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Me lembro de duas delas (hehehe)... em ambas as ocasiões, foram leilões. Numa vez, pelo ML, eu fiquei um dia sem almoçar para poder sair mais cedo (de tardinha) do trabalho e acompanhar em casa meu lance no leilão de uma miniatura do Interlagos Willys, meio que versão brasileira do Alpine Renaut A108, que eu queria muito (já tinha perdido outras duas vezes uma mini dessas) para fazer par com a do Renault Alpine A 110 Berlineta, que foi Campeão do Tour de Corse 1969. Da outra vez, autorizei o BOSCO a extrapolar o quanto eu havia reservado para lance$ no leilão (ebay) do diorama “ASSISTANCE CITROËN TEAM”, que acompanhei com muita emoção!
13- Como sua família encara seu hobby?
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Numa boa, partindo do princípio que não compro miniaturas compulsivamente e, mais importante, que por meio dele eu venho fazendo boas amizades e me distraindo com algo interessante.
14- Obsessão ou Hobby, como você define seu ato de colecionar?
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Pra mim é um hobby. Minha coleção é montada despretensiosamente, vou curtindo item por item, cada modelo e sua história, a seu tempo! Não fico ansioso por saber que não terei inúmeras miniaturas de carros de rally, nem por não colecionar outras tantas miniaturas, sem determinado tema.
15- Qual o "peso" de sua coleção em sua vida, você viveria sem? Se precisasse vender, você venderia?
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Hoje, a coleção die-cast já tem mais peso do que o próprio automodelismo radiocontrolado, dentre os hobbies que pratico. Se me visitam, tenho muito gosto em mostrá-la organizada nas estantes do escritório aqui de casa, sem contar que já estou curtindo muitíssimo levar algumas miniaturas e dioramas para apresentar em Exposições, onde adoro conhecer e conversar mais sobre o assunto, fazendo até mesmo novas amizades.
Se precisasse, venderia sim, mas ficaria triste. Tanto pelo que representa, quanto pelo que penso dela no futuro...
16- Como você vê o futuro de sua coleção?
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Conheci um colecionador, a quem hoje também considero um amigo, que começou sua (dele) coleção de Land Rover, porque o avô tinha um. Eu já estou “quase” abrindo este novo tema, também por motivo de família. O meu avô era militar, trabalhou com o Marechal Rondon, desbravando o Mato Grosso em lombo de burro, mas eu um dia já estive num jeep daqueles, atravessando terrenos alagadiços e sangas de vários rios em terras gaúchas, de Uruguaiana a Porto Alegre.
Se minha filha algum dia vier a ter filhos, eu vejo o futuro da minha coleção nas mãos de um possível futuro neto.
Penso, e acredito fortemente, que laços de família são nítidas e verdadeiras linhas de preservação de um valor.