1- Quem é o indivíduo por trás do hobby?
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Sou o José Renato, 47 anos, engenheiro eletricista, casado, 1 filho, corinthiano, nascido, criado e morador da grande Campinas, em São Paulo.
2- Como entrou neste hobby? Ainda se lembra do seu primeiro modelo?
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Os historiadores dizem que todo ser humano tende a juntar e colecionar coisas, como herança de nossos antepassados que viviam da coleta de alimentos e coisas úteis nas andanças pelo mundo. No meu caso acho que o hobby de colecionar coisas vem da infância, com os soldadinhos do Forte Apache. Eu tinha centenas deles, que infelizmente se perderam. Quanto aos “carrinhos”, eu sempre gostei, mas eram caros (só existiam os Matchbox). Comecei a comprar alguns F1 da Majorette, para meu filho (que ainda os tem devidamente “brincados”), mas sem pensar em coleção.
Na verdade gosto de colecionar coisas (hoje, além das minhas minis, tenho uma coleção de bolachas de chopp e outra de camisas do Corinthians), mas a primeira mini que me fez pensar em colecionar foi uma Ferrari F50 1/18 que veio como promoção da Shell a uns 8 anos atrás. Mas comecei mesmo a coleção de minis há 2 anos e meio, quando decidi que tinha que ter algo a me dedicar como passatempo para desencanar a pressão do trabalho.
3- Após o tempo de coleção, como você se enxerga hoje? Colecionador ou acumulador?
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Hoje, como colecionador. Tive a fase de acumulador que acho, todo mundo tem no início. Minha sorte é que não tenho muito espaço (nem R$) e o acumulo foi pequeno.
4- Como você define sua coleção? Temática? Por escala? Conte um pouco dela para nós.
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No começo fui no embalo e comprava o que achava interessante. A maioria do que tenho é 1/43 e 1/64. Apenas 3 minis em 1/18 – a Ferrari F50 inicial, uma Ferrari F1 do Schumacher (Burago) e outra do Rubinho. Hoje, voltei a idéia inicial e tento focar nos meus temas preferidos - F1, Ferraris, carros de competição (Le Mans, DTM, rally..) e - também por influência da historiadora de plantão em casa - tomei gosto pelos carros antigos (décadas de 40, 50 e 60). Como disse, meu orçamento (e espaço) para as minis é controlado, então estou focando nas escalas 1/43 e 1/64.
5- Como armazena e expõe sua coleção?
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Infelizmente não tenho um espaço próprio para a coleção. Moro em apartamento e fiz um arranjo de prateleiras no quarto do meu filho, que encheu rápido. Então mantenho as minis na embalagem original, guardo algumas em caixas de arquivo e vou fazendo um revezamento na exposição. Mas a coisa ta feia...
6- Possui cuidados especiais? Técnicas de conservação?
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98% das minhas minis estão na embalagem original. Apenas as mantenho livres do pó.
7- Quais quesitos levam em consideração para a aquisição de modelos? Lista, gosto, segue um padrão?
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Faço uma pesquisa das minis que interessam e que estão ao alcance financeiro. Listo o que gosto dentro do meu foco, sem stress por desejos sem noção.
Depois saio na captura das pechinchas. Essa é a melhor parte, bater perna e navegar os sites...
8- Como costuma adquirir suas minis?
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Em lojas físicas e na internet. Aqui em Campinas e região tem pouca coisa (ou quase nenhuma) cada dedicada aos hobistas. O que abre dura pouco. Nem uma exposição decente (nem mesmo indecente) foi organizada.
Também aproveito quando viajo e faço uma busca nas outras cidades – já rodei de Curitiba até Belém atrás de minis.
Nunca entrei em um leilão do tipo Ebay... nem comprei no ML.
Este ano fiz minha primeira compra no exterior na Toronto Motosports. Valeu a pena, apesar de fica preso na receita logo da primeira vez.
9- Você gosta de estudar a história real das suas miniaturas em relação ao modelo em escala 1:1?
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Sim. Mas como parte do hobby e como cultura geral. Não tenho perspectiva de me tornar um expert em nada.
10- Qual o carro de seus sonhos? Ele já existe em die-cast? Você tem?
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Seria uma Ferrari – qualquer uma - mas sabe como é... Agora, visitando as exposições de carros antigos me liguei nos Karman Guias, estes bem mais acessíveis -quem sabe um dia. Já tenho 3 em die-cast.
11- O que gostaria que mudasse nos atuais die-cast?
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Falar de preço é chover no molhado, mas penso que – infelizmente – qualquer tipo de hobby é visto como coisa para poucos e bons de grana. Afinal aqui no Brasil (e na maior parte do mundo também) basta uma bola e pelo menos uns 20 se divertem. Mas seria excelente contarmos com uma melhor distribuição, editoras (De Agotini por exemplo), lojas e vendedores mais honestos e uma melhor divulgação.
Outra coisa é que acho os hobbies uma coisa que gera um certo isolamento social. Falta mais intercâmbio, encontros, visitas, churrascos, chopp, etc..., etc... Mesmo aqui no fórum, um grande espaço de convivência, a coisa é quase que totalmente virtual. Poucos se conhecem pessoalmente.
O colecionador é um cara solitário.
12- Já fez alguma loucura para comprar uma mini?
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Paguei uma grana em 3 X pela mini F1 1/18 do Rubinho que tenho. Comprei em Curitiba (no Shopping Estação) e vim com ela no colo no táxi e no avião... O povo (e a aeromoça) me olhavam e não entendiam nada. Acho que nem criança era bem guardada assim.
13- Como sua família encara seu hobby?
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Dado o fato gerador da coleção – já falei da necessidade de desencanar o stress e a pressão – o apoio é total. Como diz minha mulher, antes gastar com minis do que com remédios.
Meu filho reclama de vez em quando do espaço que roubo do quarto dele, mas curte também. Minha mulher vai comigo aos encontros de carros, a busca das minis nas lojas e até começou a se interessar por carros também. Também tenho um sobrinho que coleciona e ai a coisa vai se espalhando.
14- Obsessão ou Hobby, como você define seu ato de colecionar?
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Hobby, com alguns requintes de obsessão temporários e passageiros.
15- Qual o "peso" de sua coleção em sua vida, você viveria sem? Se precisasse vender, você venderia?
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Se não tivesse jeito venderia. Afinal vão-se os anéis e ficam os dedos. Quando desse começaria de novo.
Agora, se fosse minha coleção de camisas do Timão...
16- Como você vê o futuro de sua coleção?
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Mais focada e organizada. Com mais tempo para dedicar-me a ela, mais espaço para expor e uma oficina para dioramas e customização. Quem sabe quando em aposentar. Ai curto com meus netos, que vão herdar tudo mesmo.